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Nuvem ajuda economia das empresas

Compra de licenças de software perde espaço para a assinatura de ferramentas e serviços online, com custos bem menores

Os azulejos produzidos pela Fireclay Tile, em São Francisco (EUA), são pintados manualmente, um a um. A empresa é pequena, com pouco mais de 100 funcionários, e o showroom da marca é uma casa com fachada desbotada, espremida entre os prédios altos que hospedam startups de tecnologia do Vale do Silício. Mas não se engane pelas aparências. A Fireclay Tile não trabalha de acordo com seu tamanho quando o assunto é gestão de negócios.

A empresa é uma das milhares que adotaram computação nas nuvens na forma de Software como Serviço (SaaS), otimizando seu processo de vendas e atendimento, o que, segundo a companhia, contribuiu para seu crescimento em 500% desde a implantação da tecnologia,em 2009.

Uma pesquisa da IBM de 2014 mostra que o mercado mundial de SaaS deve atingir a casa dos US$ 45 bilhões em 2017. Há dois anos, esse valor era de US$18 bilhões.

O estudo entrevistou mais de 800 companhias globais que dizem que a principal razão para a decisão de adotar SaaS é a redução do custo de propriedade de suas aplicações – em vez de comprar a licença de um software, no modelo SaaS a empresa paga uma mensalidade para acessar um sistema hospedado na nuvem, e não nos seus servidores – com 41% delas superando as expectativas de economia.

Um número que surpreendeu os pesquisadores, no entanto, foi o de companhias que buscam, através de SaaS, maior vantagem competitiva, somando 47% dos entrevistados. “Nós nos sentimos como uma Amazon, onde o cliente sabe se a compra já foi realizada e o produto enviado”, explica o presidente da Fireclay Tile, Eric Edelson, que automatizou a comunicação via e-mail da marca através do SaaS. “Para uma empresa do nosso porte, com não mais do que US$ 2 milhões em receita, não seria possível fazer isso sem um time de tecnologia imenso”, diz.

A fabricante de azulejos utiliza o software Sales Cloud (nuvem de vendas), da Salesforce, companhia do Vale do Silício que é a maior do mundo na entrega de SaaS destinados à gestão de relacionamento com o cliente (CRM).
Pesquisa de 2014 da empresa de consultoria em tecnologia Capgemini, sobre o uso de computação nas nuvens por empresas no Brasil, mostra que SaaS é o modelo mais utilizado no País, com adoção em 73% das 415 companhias entrevistadas. A previsão é de que esse número salte para 92% em dois anos.

O gerente da Zendesk no Brasil, Clayton Da Silva, diz que a empresa quer expandir seu alcance no país, que representa 50% de seu mercado na América Latina, com cerca de dois mil clientes. A empresa tem pouco mais de 800 funcionários, mas ajuda corporações multinacionais a gerir o relacionamento com seus clientes, através de seu SaaS.

O fator escalabilidade é outro ponto-chave do sistema de computação nas nuvens, que adapta-se às necessidades de cada empresa, de acordo com o gerente da Zendesk. “Quando iniciamos a implementação de nosso sistema no Groupon, o fizemos para apenas três pessoas. Atualmente, o Groupon tem mais de cinco mil agentes atendendo seus clientes globalmente, usando nosso SaaS.”

Além de Software como Serviço (SaaS), a computação nas nuvens tem outras duas categorias: Plataforma como Serviço (PaaS) e Infraestrutura como Serviço (IaaS), ambas usadas por empresas de todos os tamanhos, dependendo de suas necessidades.

A Salesforce, além de ser referência em SaaS, oferece também uma solução de PaaS chamada Salesforce1 Platform, que permite que usuários desenvolvam seus próprios aplicativos, voltados a clientes ou funcionários, e todos eles prontos para dispositivos móveis.

Segurança

Porém, diferente do sistema baseado na empresa, no qual há controle sobre o local onde arquivos estão armazenados, a computação nas nuvens gera dúvidas para algumas companhias, quando o assunto é segurança e privacidade.

De acordo com o estudo da Right Scale, de 2014, 31% das companhias que ainda não têm experiência nesse sistema dizem que a segurança é o maior obstáculo na decisão de migrar para as nuvens.

O gerente de TI da Dpaschoal, Robledo de Andrade e Castro, contraria essa crença e diz que a nuvem é mais segura. “Estamos tranquilos com o SaaS porque nosso fornecedor é mais especializado em segurança do que nós mesmos. Mas, é claro, tendo ou não o risco de invasão no sistema, o fato de ter informações de sua empresa na mão de outros nunca é algo confortável.” A Dpaschoal iniciou o processo de transição de seu sistema “em casa” para SaaS em 2012,

Além disso, a necessidade de conexão à internet para funcionar normalmente, já que a capacidade offline é limitada, pode ser vista como desvantagem por algumas empresas.

“Quando não há internet estamos perdidos, não podemos fazer nada. Mas acredito que em seis anos de uso o sistema caiu apenas duas vezes, o que é muito bom. Nós temos na verdade mais problemas com nosso próprio provedor de internet do que com nosso fornecedor de SaaS”, conclui o presidente da Fireclay Tile.

Fonte:

Escrito por Suélen Ramos Vale
ESPECIAL PARA O ESTADO


Clique na imagem abaixo e leia a matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo, na íntegra:

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