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Taxas de empréstimos sobem com ciclo de alta dos juros
Com o ciclo recente de alta da taxa básica de juros – que chegou a 8,5% em julho na terceira alta consecutiva – sobem também as taxas nominais dos empréstimos. A maior taxa média, do cartão de crédito, chega a 9,4% por mês, ou 194,2% ao ano, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). O cheque especial vem em seguida, com taxa de 7,72% ao mês, ou 144,1% ao ano.

Um atraso de 30 dias para pagar R$ 3 mil do cartão de crédito, exemplifica a associação, acarreta o pagamento de juros de R$ 282,30. O uso de R$ 1 mil do cheque especial por 20 dias implica multa de R$ 51,47.

Diante dos juros atuais, a taxa média praticada pelo mercado para a pessoa física, segundo a Anefac, é de 5,5% ao mês, o equivalente a 89,4% ao ano. As taxas mais baratas em empréstimos, de acordo com o levantamento da Anefac, são as de financiamentos de veículos, de 1,6% ao mês. O empréstimo pessoal realizado por bancos tem juros médios de 3%, enquanto a taxa das financeiras é de 7%. No comércio, os juros são de 4,1%.

Ao mesmo tempo em que os juros para quem paga prestações permanece bastante elevado no Brasil, a taxa real para quem deseja investir está em um patamar historicamente baixo, lembra Paulo Colaferro, sócio da gestora de patrimônio Taler. Ou seja, o endividamento, além de custar caro, é uma ameaça crescente à necessidade de formar um patrimônio para o período posterior à vida profissional ativa. Essa conscientização é o foco da conversa com grande parte dos clientes hoje, diz Colaferro, que assessora donos de grandes fortunas.

Gastar mais do que ganha não é exclusividade de quem tem renda baixa, afirma o gestor de patrimônio. O fato de trabalhar muito, diz, com frequência é usado por quem tem renda elevada para justificar a compra de objetos de luxo, como barcos, carros e casas no exterior com valores superiores ao que a renda comporta.

O financiamento aceitável, defende Colaferro, é o da casa própria, até porque muitas vezes substitui o pagamento do aluguel. Para a maior parte das compras do dia a dia, como eletrodomésticos, alimentos e até mesmo carros, ele considera que é melhor se programar para comprar à vista. “O financiamento subtrai das pessoas a importância de pensar na real necessidade do que estão consumindo”, diz Colaferro. “Se for para juntar o dinheiro por dois ou três meses, a probabilidade de não comprarem o produto aumenta muito”, completa.

Para quem já está endividado, Colaferro recomenda que a virada na situação financeira comece pela organização de um orçamento. O primeiro trabalho envolve estabelecer quais são os custos fixos e os variáveis. Em seguida, é preciso estabelecer metas de gastos para o segundo grupo, que inclui idas a restaurantes, cinemas e viagens. É importante que o compromisso com o planejamento orçamentário envolva toda a família, inclusive filhos.

Fonte: https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/7/24/taxas-de-emprestimos-sobem-com-ciclo-de-alta-dos-juros

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